"PRO CÊ NUM FICÁ VINDIDO"
A
Artá - O altar das igrejas.
Arvoredo-
Árvore grande.
“Qüesse
calor que tá fazeno, vô armá minha rede embatcho daquele arvoredo”
Assanharado - O cabelo desarrumado, ou formigas em
alvoroço fora do formigueiro.
Assistí - Morei. Ou abrigar-se na casa de alguém.
“Quando
eu fui passeá lá na Piuva , assistí lá casa de Seo Mário”
Atarracado -Abraçado em ato de namoro ou brigas;
pessoa
truculenta.
“Belá, desde guri é atarracado”
Átcha-de-lenha-
Pedaço de madeira com o qual se acende o fogo.
“Hoje
é dia de nós ir lá no Seo Malaquias, comprá umas átchas de lenha”
Até doce!-
Algo muito bom.
“Sábado
passado, fui num baile lá na Varginha,
emprentei com uma minina bem boniiita!
Depois
fui dormir qü’éla, foi tão bão, que tava até doce!”
Até nas
grimpa - Bêbado ou muito alto.
“Ontem,
Preto tchegô da venda de Seo Tolentino até nas grimpa”
Até no beiço - Copo cheio.
“Entche
esse copo até no beiço de catchaça”
Até no
setenta - Bêbado, de porre.
“Encontrei
bem ali, com Luiz-come-vidro , ele já tava até no setenta”
Até tibí-
Muito cheio.
“O
riberão amanheceu até tibí d’agua”
Atrás do cê-Procurando
por você.
“ Mas
si minina, ontem bati a cabeça a tarde intêro atrás do cê!”
Atroado-
Pessoa de gênio forte, ruim.
“Anteonte
Seo Cândido tchegô em casa bem atroado”
Atuado - Alguém que recebeu ou incorporou algum espírito ou entidade.
“Semana
passada lá no terreiro de Dandí , um Home ficô atuado.
Disque
pegô um tal de caboclo tchupadô.”
Foi só
moçada que saiu correno de mêdo.”
Atuei-
Participei de algum acontecimento, peça teatral, filme, etc... Ou quando um pai
de santo recebe um espírito ou entidade.
Auado - Pessoa que não tem conversa proveitosa,
pessoa sem graça...
Ô sujeitinho auado!”
Aufa - Bastante, muito.
"Ontem teve comício da UDN teve aufa de gente"
“Hoje
bem cedinho, eu vi aufa de pomba-trocá, assentá lá nas árvores do
quintal de Dona Braulina”
Aviadô - Piloto de avião.
“Seo
Joaquim Goulart , foi um dos melhores aviadô,daqui de Cuiabá”
“Chia lá , Dona Nhára já vai
sentá na porta da rua prá conversá com Dona Aida.
Elas
não largam o abanico, que é prá refrescá”
A luz foi embora - Acabou a energia.
“Tamo num brêu, faz tempo que a luz foi
embora”
Acabô a luz - Acabou a energia.
“Mariinha num vai mais passá a rôpa, pus a
acabô a luz!”!
Acendê a luz - Ligar a lâmpada.
“Gonçalo ocê num vai acendê a luz? Pra enxerga chô caderno, guri!”
Acenta – Pousa.
“A rolinha acenta naquele gaio de goiabêra
tudo dia”;
Ou quando se anota alguma coisa.
“Eu vô levá esta pinga, acenta aí, na
mea cardeneta”
Acordo cô a vó atrás do tôco - Acordou
de mau humor.
“Onte nem me atrevi a conversá com meu
vizinho, ele acordô cô a vó atrás do toco,
pudia zangá comigo”.
Acordô com o pé esquerdo - Acordou com
azar, falta de sorte.
“Hoje,
num vô joga no bitcho, acho que acordei com o pé esquerdo. Pus acabei de pisá
numa merda de catchorro”.
Atcho que hoje vai dá tudo errado pra mim!
Acuá - Encurralar uma presa.
“Os catchorros vão acuá aquela capivara”
Acuado - Quando o animal encontra-se
encurralado.
“Bentinho,
jogô tanta pedra naquele pobre gato, que ele ta acuado lá no canto do quarto”
Adôbo - Tijolo feito de barro ou com
terra socada.
“Essa
téipa de chá casa ainda é feita de adôbo?”.
Agora de quê? - Exclamativa de
interrogação ou de algo que não aconteceu.
“Disque
tá caro fumo no chô Dutra.
Agora
de quê?
Lá é tudo baratinho!”
Só dosto dos
minino do Tolégio dos Pade!
Agora do que
será! - Algo que não pode ser, ou
acontecer.
“Óia
uvi fala, que Jeca parô de dá”.
Agora
do que será!
Ocê
já viu algum ex -veado?”
Agora figa!
– Exclamação de negação.
Pórva este doce! Disque é feito de feijão.
Agora
figa!
Num
como esse tróço!
Aguaçu - A palmeira da babaçu.
“As terra que vamo compra lá pras banda de Livramento, é muito boa.
Tá tcheia de aguaçu”.
Agüerano - Como se fosse ave CONDOR esperando a presa morrer,
trazendo mau presságio
ou agouro.
“Pára de tirá meu retrato!
Tá agüerano minha morte!
Aieio - Algo que pertence a alguém a outra pessoa.
“Si
minína, num mexe cum coisa aieio”
Ajojado - Junto, muito perto.Abraçados.
“Aqueles dois estão namorano, só vivem ajojado, dia intêro”,
Aloitano - Lidando com algo, ou brincadeira (luta
corporal) entre crianças e até marmanjos.
“Cadê, cumadre Zenaide?
Atcho que tá aloitano cum frango prô almoço, lá na cuzinha”
Alterado – Raivoso.De porre! Bêbado.
“Fulano
chegô alterado em casa, e brigô cuá muié”
Altos
pirinéus - Em grande altura.
“- Chia
lá a pandorga de Janjão!
Tá
“nos altos pirinéus”
Alumiá – Iluminar.
“Juquinha,
acende essa vela do nitcho de São Benedito, prá pode alumiá melhó a sala”
Amargo –
Raízes, caules e folhas de espécies (com sabor muito amargo), vegetais que
se acredita ter poderes afrodisíacos e medicinais misturados com cachaça.
Normalmente toma-se uma “dose” antes do almoço, à tardezinha para se tomar um
banho, e uma antes do jantar para "abrir
apetite".
Angu de
caroço - Confusão, algo que está
embolado.
“O Ex - Ministro Licínio Monteiro, quando ia assistir a uma partida de
futebol lá no Dutrinha, do seu time favorito, o Operário Várzea-grandense, não
podia olhar para os zagueiros do seu time, que ele berrava lá da arquibancada:
-Essa
defesa tá um angu de caroço, num vale nada, tá tudo mundo batêno cabeça”!
Ainda
acrescentava:
-Tchuta
de bico Tchico, que o jogo vale taça!
Antônio
Peteté - Personagem folclórica de nossa cidade.
Durante o
dia vivia sentado nos batentes da escadaria da Loja Ayub, na Rua Treze de
Junho,
ao lado do Correio e Telégrafos. Sempre com um abanico (leque) nas mãos,
espantando o calor. Esperando a hora de soltar o Colégio São
Gonçalo, só pra mexer com os alunos daquela Escola.
Ele dizia:
Só dosto dos
minino do Tolégio dos Pade!
-Ele falava dessa maneira porque era meia língua.
Apagá a
lâmpada - Desligar a energia.
“Vamo apaga essa lampadaiada
acesa, pus a conta de luz tá vino um absurdo de caro”
Apaga essa
pena – Desligar essa torneira.
“-Si
minina apaga essa torneira”! Larga de desperdício de água.
Apartá - Quando dois cavalheiros vão separar duas senhoritas
que estão dançando juntas em um baile.
Apurado - Com pressa, ou com muita vontade de fazer
necessidades fisiológicas.
“Abre a porta dessa privada.
Depressa!
Que eu tô apurado”.
Arca caída - Mal que ataca as pessoas, na região do tórax, para
se curar leva a pessoa
numa benzedeira durante três dias. Só se pode benzer
antes do sol se pôr, nunca à noite.
Arigó de
botas - Bobó, abestalhado.
“Nhô Gonçá disque é arigó de botas, mas só aqui no bairro da caixa
d’água , ele já emprenho três”
Armadô – Gancho (de metal) ou escapulo para se armar redes.
“Hoje o pedreiro, Seo Pracidino, vem tchumbá dois armadô lá na varanda.
Que é
pra nós armá rede detarde”
Arranjô - Encontrou, conseguiu.
“ Ocê
já arranjô namorada?
Se
ainda não! Vai num baile lá no Centro Operário, que muié lá tá dano buso.”
Arregaçado - Acabado.
“O carro bateu no poste ficou arregaçado”;
Ou o pênis com o prepúcio abaixado.
Arretado - Fominha por bola (futebol), com muita vontade.
“Carlos macaco, desde criancinha era arretado
por bola.
Só podia ser craque.”
Arroz de
leite - Comida típica dos pantaneiros, cozinha-se o arroz no leite
puro e acrescenta
uma pitada de sal e como acompanhamento, carne seca frita e
mandioca cozida.
Os pantaneiros comem esse prato no “quebra
torto”, é muito sustancioso.
B
Bafo quente- Vapor que sai das panelas, ou pessoa com mau hálito.
“ Si minino larga da tampa dessa panela,
senão a bafo quente vai queimá tudo chá mão!”
Bafulano- Mexendo em alguma coisa.
“Limboso, larga de ficá bafulano nas traia de pescaria de Miroca!
Senão ele fica puto de raiva”
Baguá - O gado quando se perde da manada e se alonga no pasto permanecendo muito tempo sem contato com seres humanos
e torna-se muito bravio.
Também é denominação de cavaleiro destemido, valente, brigão.
Baía- Local com grande acúmulo de água na planície pantaneira; baía de Chacororé e Seá Mareana em Barão de Melgaço.
Baldeá - Carregar algo com baldes ou transportar coisas.
“ Mãe de Nicalo, mando ele baldeá um pouco de areia corrida, da porta da rua, lá prô quintal da casa dele”
antigamente, também mamífero marinho.
“Quando nós ia, fazer pic-nic lá praia rica , no rio coxipó, nós pegava a baleia lá no mundéo”
Bambolê - Sandálias do tipo havaianas, brinquedo de aro plástico que se gira em volta da cintura.
“Vai carçá, seu bambolê guri , chô nariz tá escorreno!
Qué fica gripado denovo!
Fea da mãe!”
Bamburro- Lugar muito sujo de mato.
“Seo Didi desde ontem tá prometeno, carpiná aquele bamburro ali do oitão!
Mas ficô só na promessa.”
Bâmo – Vamos!
“Bamô lá no Porto comprá peixe barato compadre?”
desafiando o adversário.
"Truco!
- Quero com retruco bananinha de bolicho, cuspe de tonto"
Banho de acento - Banho em se lava apenas as partes mais íntimas.
“Desde três-anteonte, cua’quela friage!
Que Celinha, só toma banho de acento”
Barrê- Ato de varrer o terreiro.
“Bamô barrê o terreiro , prá nós assá uma carne hoje detarde”
Batchêro- Utensílio usado na encilha de animais (cavalos...).
Batchío- Lugar onde o rio não é muito profundo.
“Vira o leme de chô barco mais pra direita , senão ele fica encaiado ali no batchío”
Batê atrás- Sair à procura de alguém ou de algo.
“Seo Lili foi betê atrás de uma bola de pacu, que tá subino o rio”
Batê biela– Morrer.
“Fulano bateu biela onte”
Ou o motor do carro fundir-se:
“Meu primo Pitu, comeu cabeça de boi e tomou muita catchaça, em pleno meio-dia com o sol a pino!
Num deu ôtra, bateu biela!”
. Batendo na máquina - Datilografando...
“Faz hoora, que Elí ta bateno uma carta na máquina, e nunca acaba”
Batente- Degrau da porta das residências;
“Já vô dormí ,pus amanhã pego cedo no batente”
Bateu duro- Bateu forte.
“Dona Alaíde bateu duro no James, fio dela.
Também, ele não fez a tarefa da iscola”
(ensopadão, caldo de mocotó, caldo de piranha) e gente sente um calafrio e um certo tremor.
“Então falamos que a comida bateu na fraqueza”
Batidinha- Caipirinha de pinga com limão.
que foi servido foi batidinha.
Fico quase tudo mundo tchilado”
“Esse-ostro-dia, matarô três guri de rua, lá no beco do candiêro ”
Beco-do-Urubu– Beco que se localizava ao lado do antigo colégio D.A.S.A. hoje colégio C.E.M.A., próximo ao Hospital Santa Casa de Misericórdia.
“Dona Luiza de Seo Martinho, mudô daqui de perto da caixa d’agua velha, lá pro beco-do-urubu.
Mas é bem longe!”
Beiço –Lábios.
“Onte eu vi Betinho até pendurado no beiço de Celinha,
de Dona Leonina.
Disque tão namorano!”
Berne - Larva de mosca em metamorfose.Pode parasitar também seres humanos.
-Também ele num cuida!
Besterento – Quem fala (ou faz) muitas asneiras, palavrões.
“Aquele guri, neto de Seo Cid, a gente num pode nem oiá pra cara dele, que ele já manda a gente toma no cêsso.
Ah! guri besterento.”
“Átcho que vai te parada, lá no quarté desesseis.
Pus passo um bando de soldado com bibico na cabeça”
Bica -
Local onde se pega água, fonte.
Bicha – Verme ou mesmo que homossexual masculino.
“Tomei
lumbrigueiro onte, obrei cada bitha de quase dois palmos”
Larga
de frescura qü’ele, senão ele vira bitcha”
“Seo
Cátcho , só vive bijiano as neta dele.
Ele
têm medo que elas saiam de casa”
“Quando
eu tava, dano banho no Guilherminho, esfreguei as costas dele.
Foi
só biju que desprego do côro, do maldiçoado”
Bilhicêra - Dinheiro em pouca quantidade, apenas alguns trocados.
“Seo
Antenô!
Me
impresta umas bilhicêra, pra eu fazer um jogo de bitcho, ali na esquina”
Bingo - Pênis, termo usado em conversas infantis ou o jogo de loto.
Bingo - Pênis, termo usado em conversas infantis ou o jogo de loto.
“Chia
lá!
Nildo
já tá, cô mão esfolano o bingo dele.
Êta,
guri besterento!”
Biquinha
–. Local localizado no terminal rodoviário da Praça Bispo Dom José,( mundéu)
onde a população local pegava água nas bicas “torneiras” ali existentes.
Biriba
– Boné. Também militar geralmente
usado em traje de passeio
Biscate
– Prostituta
“ A
fia de Sea Marcolina, fugiu de casa.
Bitcho Carpintêro
- Que não tem parada, não tem sossego.
“Eronilzo!
Sussega ai nessa cadeira guri.
Ocê
parece que tá cô bitcho carpintêro”
Bocaiúva póca – Bocaiúva (fruto da bocaiuveira, espécie de coqueiro)
madura muito cheirosa e deliciosa.
“Nhonhô, depois que ocê tchupá essa
bocaiúva póca, vai lá na venda
comprá um fósforo prá mim”.
comprá um fósforo prá mim”.
“Ditinha
subiu na manguêra, lá no quintal de Seo Adelino.
Ela
tava de saia e sem calcinha.
Tudo
mundo viu o bocó dela.
Foi
só risada.
E ela
ficô cô a cara de bocó”
Bocó de
fivela - Bôbo, abestalhado.
Bocoió –
Bôbo, abestalahado.
Bofêra - Pessoa de baixo nível social.
“Eu
num vô naquela festa lá na Cruz-Preta.
Só vai dá bofêra”
“Sempre
na abertura do carnaval de Santo Antônio de Leverger,
tem o boi-a-serra”
tem o boi-a-serra”
“Rosângela
veio do dotô, mostrano a novidade na cara dela.
Parecia
um boi de ócro.”
Bola - Espécie de veneno usado para se matar cães bravos, é feito com cacos de vidro moídos misturado com uma bola de carneou quando “um currupto” qualquer recebe a “bola”
“Tem
uns catchorro, comeno tudo meas galinha.
Átcho
que vô dá bola pra eles.
Pus
num güento mais criar galinha prá catchorro aiieio comê”!
Bolada - Dinheiro em grande quantia.
“Mamãe vem fala cô Lizabete, ela ta bolindo comigo”.
Bolir
- Mexer com alguém ou com algo.
“Wilso vai lá no bolitcho de shô Gonçalo, comprá farinha, e querosene
pra pô na lamparina”.
Boquêra - O elástico do estilingue ameaça a arrebentar com pequenas reentrâncias chamadas boqueiras ou quando, no canto dos lábios aparecem pequenas lesões de herpes.
“Esse
guri é levado, come de tudo que é porcariada!
Vive
co’a boca que é só boquêra.
Toma
disgramadao”.
Bordé - Cabaré, prostíbulo.
“Ocê
amanheceu cô áfita na botchetcha, de tanto tchupá abacatchi onte”?
Faz
um botchêtcho, cum bicabornato, que logo vai passá!
“Os povo de
fora, quando vai pescá lá no rio Cuiabá, eles trazem até botoado, pra comê!
Agora vote!”
Breado -
Emplastrado de...
“Oramí!
Vem limpá a bunda de shô fio!
Esse
guri tá breado de bosta.”
“O
céu lá prás banda do Sucuri, tá um brêu,
parece
que vai tchovê praquélas banda”.
“Ontê
la´no Grupo Escolar, quase que mijei nas
calça!
Pus a
Professora num quis detchá eu í na breve.”
Brilhantina
Royal - Brilhantina (cosmético) muito usada pelas
pessoas, antigamente para fixar o penteado
“As raparigas do Palácio das Águia, gosta de usá brilhantina
Roiá... no cabelo.
- Já
tava pensano que era nôtro lugá, né?
“Domingo , fomo numa brinacadêra, lá no Bom
Sucesso na casa de Shô Lulu,
Saiu
só porrada,a brincadêra acabô na hora".
“Seo
Leôncio, vive briquitano com o cracaché
dêle.
O
carro só vive desconsertado”
Brotchô -
Negou fogo na hora do ato sexual.
“A
lua de mel de Leonel foi um fiasco.
Disque
ele brotchô na hora H.”
Bufunfa -
Dinheiro em grande quantidade.
“Bití,
foi recebe dinhêro na Prefeitura,
Saiu
de lá tcheio da bufunfa”
Bulitcho - Armazém pequeno.
“Vaanda!
Vai lá no bulitcho de Seo Malaquias.
Vai
tchamá seo pai que tá lá jogano truco.
Fala
prô disgramado vim almoçá!”
C
“Num
manda Jonzito compra as coisa com dinhêro graúdo.
Ele é
cabeça de vento, vai perde tudo.”
“Aquele
Guri até parece que é fio de Japonês.
Pus o
cabelo dele é especado”
Caçano
Caiaia - Fazendo arte ou algo muito perigoso.
Ocê tá caçano caiaia, fea da mãe”?
Cacarecos
- Coisas sem utilidades.
“Seo
Jon Rondon, tchegô do sítio com um monte de cacarecos”
Cacetada
- Quando acontece algum desastre, quando dois veículos sofrem uma colisão ou
quando alguém bate em outro com um porrete.
“Chia lá!
Aquele carro deu uma cacetada no poste”.
Cacraché – Carro (ou algo)
muito velho.
“Fernadinho
tá caçano caiaia.
Ele
disque tá andano aramado cum catchirí.
Logo,
logo os meganha pánha ele”
“Nicalo, átcho que chá
catchórra tá no corrida!
Óia o
bocó dela como tá intchado”
“Seo Ubirajara
me deu uns litro de leite cortado.
Vô leva pr
mamãe fazê catchorrada dele”
“Esses
povo de fora vive caçoano do jeito da
gente falá.
E
como a gente num caçoa deles falá , tudo com tchi,tchi.”
Cacunda – Costas.
“Passano
lá perto da Campo D’ourique, levei uma bolada na cacunda.
Sabe
quem que tchutô?
Foi
Almiro, irmão de Pelezinho”
Cafuçú - Feio, horrível.
“Marilena
tá de namorado novo.
Votê!
O Home é um cafuçú!”
Caiá - Pintar a casa com cal.
“Na
véspera do Natal, eu vô caiá o oitão lá de casa.”
utilizado
para se jogar em animais, ou derrubar frutos das árvores.
“Ía
passano imbatcho da manguêra de Seo Jonjon.
Caiu
um baita caiau de pedra na meã cabeça.
Foi só melado que
escorreu!”
“Num
adianta nem pidí prênda de Son Jon prá chô Otávio Santana.
Pus
ele é muito cainha.”
Cadalço
- O mesmo que cadarço de sapato.
“ Dia de meu aniversário!
Vô
ganhá um calçado novo, tomara que seja de cadalço”
Caldo de
mocotó – Caldo feito com os “pés do boi”.
Modo de fazer - Ferventa-se os
mocotós e depois joga-se fora a água da primeira fervura para tirar o mau
cheiro (catinga). Em seguida em panela de pressão cozinha-se por umas três
horas.
Até os
mocotós amolecerem (as cartilagens), pica-se bem, volta para a panela e acrescentam
os temperos, cebola, cebolinha, alho, colorau, salsa, louro e outros.
Serve-se
bem quente acompanhado de uma boa pimenta malagueta, em dais frios ou após uma
noitada de farra.
Caldo de
piranha -. Parecido com o
caldo de mocotó, só que ao invés de “pés de boi” usa-se o peixe de
mesmo nome.
Cambada
- Fieira de peixe ou agrupamento de pessoas.
“Essa
cambada de gente, vem da onde?” ou
“Shô
Paínha, quanto que custa esta cambada de bagre?
Óia,
faz um preço bom, pus tô inté cô água na boca prá comê um inssopado cô pirão”
Camboatá - Espécie de peixe pequeno usado como ísca
para peixes maiores. Este peixe tem uma particularidade muito interessante.
Quando a lagoa em que ele se
encontra seca, o mesmo se envolve
num limo e enterra-se no fundo da lagoa,
permanecendo ali durante o período de
seca ( fenômeno conhecido como
estivação).
Voltando a
época das águas, o camboatá se desenterra e volta a sua vida normal. Outra
curiosidade, é que o camboatá migra de um lago para um rio, ou vice-versa. Para
isso o camboatá utiliza suas nadadeiras peitorais e sai “andando” de um local
para outro.
lá antigamente realizavam -se touradas e armavam-se circos, parques,
jogávamos bola. Hoje, lá se localiza o prédio da Assembléia Legislativa do
Estado.
Feira de Exposições
Agropecuárias e Industriais da cidade.
Antigamente
o campo de demonstração, ficava bem ali depois da ponte velha, após o Saudoso
Clube Náutico.
Onde
funciona hoje o Ministério da Agricultura.
usado na
localidade de Bom Sucesso.
“Chia
lá!
Binho,
e as criançada corrêno de mêdo dos camuz”
Candiêro - Espécie de lamparina em que se utiliza
algodão como pavio, e como combustível ao invés do querosene, utiliza-se óleo
de lambari ou outro tipo qualquer.
Cangote -Pescoço,
região da nuca.
“Juca
, põe esse guri no cangote.
Ele
já cansado de andá”
de conservação.
“Seo
Martinho de Dona Luiza, só tem canhambéque, na porta da casa dele”
Canhambóra –
Figura lendária do nosso folclore que
encarna uma entidade de gênio muito
ruim, malvada.
“Chia
ai ela!
Disque
tá canháno bêjo prá mim”
ESTÓRIAS E CRENDICES
"Para o cachorro ficar bravo": é costume
colocar bastante pimenta malagueta na comida dele, o bicho fica uma fera.
"Quando
na pescaria a linha de pesca se embaraça": para fazê-la desembaraçar,é só
concentrar - se numa pessoa mitchiriquêra. Você conseguirá
desembaraçar a linha logo-logo.
"Se em sua casa encontra-se uma visita desagradável": para fazê-la ir
embora logo,
é só varrer a casa na presença da visita ou colocar a vassoura
atrás da porta.
É tiro e queda.
"Se uma moça menstruada": pular o caminho de gosma feito por uma lesma,
a moça ficará grávida, mesmo sem nunca ter mantido relações sexuais.
"Para aprender a nadar": é só engolir três piquiras (pequeno peixe), e
depois cair n’água e sair nadando.
"Quando uma criança
está nanica, que não cresce": Encosta - se a criança em uma bananeira,
risca a bananeira com uma faca virgem acima da cabeça da criança; essa é a altura atual dela. Depois
de um ano volta lá, na mesma bananeira e mede a altura da
criança, irá ver que a criança cresceu no mínimo, um palmo.
criança, irá ver que a criança cresceu no mínimo, um palmo.
" Prá você que quer casar": No dia da festa de Santo Antônio, pegue uma imagem virgem (que nunca foi exposta) do santo e num canto escondido da casa, coloque a mesma dentro de um copo de água de cabeça para baixo e faça o pedido com fervor. Ah não se esqueça de retirar a imagem do santo no outro dia. Com certeza nesse mesmo ano você se casará.
"Outra crença para saber com quem casar": numa festa de Santo Antônio é costume olhar para a água de um rio, tanque, depósito, bacia, etc. Você verá a imagem da pessoa amada refletida no espelho d’água.
"Nas
festas de São João na hora da “lavagem do Santo" : muitas pessoas têm medo de
olhar-se na água, pois se a pessoa não enxergar sua imagem refletida no espelho d’água, diz que num chega no outro ano, pois
vai batê biela (morrer). OLHA ISSO É PURA CRENDICE...
Nenhum comentário:
Postar um comentário