terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

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UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DE CUIABÁ









Os primeiros indícios de bandeirantes paulistas na região onde hoje fica a cidade se situam entre 1673 e 1682, quando da passagem de Manoel de Campos Bicudo pela região. Ele fundou o primeiro povoado da região, onde o rio Coxipó deságua no Cuiabá, batizado de São Gonçalo. Em busca de indígenas, Moreira Cabral subiu pelo Coxipó, onde travou uma batalha, perdida, com os índios coxiponés. Com o ocorrido, voltaram e, no caminho, encontraram ourodeixando, então, a captura de índios para se dedicar ao garimpo.

Em 1719, Pascoal Moreira foi eleito, em uma eleição direta em plena selva, comandante da região de Cuiabá.

Em 8 de abril de 1719, Pascoal assinou a ata da fundação de Cuiabá no local conhecido como Forquilha, às margens do Coxipó, de forma a garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. A notícia da descoberta se espalhou e a imigração para a região tornou-se intensa.



        Vista de Cuiabá do alto do "Morro da luz", aos fundos a Matriz e o Palácio da Instrução.







A LENDÁRIA "ALAVANCA DE OURO"









Num local onde o ouro cintilava  facilmente, bastando que as águas de qualquer chuva mais forte, revolvendo um tanto a terra, já o puzesse  a descoberto,  era natural que surgissem histórias e lendas envolvendo episódios relativos a essa abundância histórias, verdadeiras e   lendárias, como a que Rubens de Mendonça recriou:

Alavanca de ouro


Cavaram dia e noite sem cessar
e sem cessar cavaram noite e dia…
Por mais que procurassem cavoucar
a alavanca na terra se escondia!…
No alto do Rosário aparecia
a alavanca de ouro. Era começar
na colina, o trabalho—ela fugia
cada vez mais na terra a se ocultar.
E assim foi até que um preto escravo
salva a uma velha índia, como um bravo,
da sede atroz que a havia de matar!…
Em paga a Currupira diz-lhe em suma:
quando cantar ao Meio — Dia a anhuma,
foge que a mina vai se desabar.
Rubens de Mendonça.






A PRIMEIRA "BICA D'AGUA"




Conforme Neila Barreto  em seu livro “Água de Beber no Espaço Urbano de Cuiabá”, de 2007, que relata a história do abastecimento de água de Cuiabá entre os anos de 1790 a 1886. A jornalista explica que o ponto de partida para sua pesquisa foi 1790 porque foi o ano de inauguração da primeira bica de água de Cuiabá, localizada na praça do Rosário. Esta bica ficou conhecida também como Tanque do Ernesto (Baú), porque ficava numa chácara de proprietário de mesmo nome.



                                             Igreja do Rosário e São Benedito












PONTOS HISTÓRICOS




§  Centro histórico  
Fundada em 1719 , com a descoberta de ouro em abundância, Cuiabá transformou-se na maior cidade do Brasil em menos de duas décadas. 
Mas, passada a corrida do ouro, a verde capital do velho oeste brasileiro teve que resistir a longos anos de solidão nesses sertões.






Rua do meio, de baixo, beco do candieiro…
 Cuiabá guarda em suas ruelas muitas relíquias do período colonial. No centro histórico também situa-se os famosos calçadões que a exemplo da cidade de Curitiba ha projetos para revitalização e funcionamento 24H.



























§  Centro geodésico da América do sul 
Demarcado pela Comissão Rondon , em 1909 , o centro geodésico da América do Sul fica no antigo campo do Ourique - hoje a praça Moreira Cabral, onde também fica a Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O local já foi uma praça de enforcamento de condenados e também um campo de touradas.

§  Arsenal de Guerra
Foi criado em 1818, por ordem de Dom João IV. Foi construído para ser "
 um estabelecimento militar para conserto e fabricação de armas ", 
conforme definiu a carta-régia.







§ Catedral Metropolitana
Inaugurada em 1973, a atual catedral foi construída sobre os escombros 
da antiga , uma jóia do período colonial que foi demolida num episódio
 até hoje não esclarecido


§  Igreja do Bom Despacho
A " Notre Dame Cuiabana " é, ao menos externamente, a mais bela igreja da cidade. 
Seu estilo gótico, inédito em boa parte do país, foi definido por um arquiteto francês que teve toda a liberdade para ousar. Inaugurada em 1919, a igreja ainda está inacabada.





§  Igreja do Rosário e Capela de São Benedito
Esta é a única igreja barroca de Cuiabá. Foi fundada por escravos em
 1764. É local da tradicional festa de São Benedito que acontece sempre
 no mês de julho.




§  Casa do Artesão
a Casa do Artesão tem uma bela amostra da cultura mato-grossense .
 Há um Museu do Artesanato com exposição permanente de peças 
caboclas e indígena. O turista pode comprar souvenirs.









sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

E "SOLTAR" PANDORGAS?

E "SOLTAR" PANDORGAS?

As "pandorgas" são artifícios que levam as nossas imaginações e sonhos para o alto, bem lá pertinho das nuvens. Já fiquei horas, divagando com a linha da pandorga na mão, e ela lá no alto quase sumindo no meio das nuvens. Quem já passou por isso sabe o quanto é prazeroso, você não pensa em "nada deste mundo", apenas sonha, talvez como os passarinhos, que voam alto.Quando o vento "estava" acabando eu retornava para as coisas aqui da terra, como: não deixar aquela pandorga cair. Para chamar o vento a gente emitia um assovio forte e looongo. Depois que a pandorga estava bem no alto tentava - se  empinar a mesma até ficar em cima da cabeça (o vento trazia a pandorga em nossa direção, lá no alto e a linha ficava quase que vertical, em cima de nossa cabeça).

Se quiser fazer uma boa pandorga é necessário: "taquara" (bambu, taboca) de gomo longo, prá na hora do feitío o nó da taquara não ficar pesando, ficando "pença" (quando não voa direito, fica encabeçando pra um dos lados); a linha deve ser nº 16 ou 24, que aguentam bem os ventos fortes, nada  de "linha de tubo" de costurar, pois é nº 50, e não aguenta o tranco; papel de seda de sua cor favorita (várias cores se preferir), o "grude", para colar, pode ser feito com: maizena (fica fraco), trigo (tem que acertar o ponto do cozimento da mistura com água) ou araruta (essa farinha dá grude bom).




Afinar bem as "varas" (taquaras) pra não ficar muito pesadas. Fazer a "armação" da pandorga medindo meticulosamente os lados, depois disso é só "encapar" a "armação" com o papel de seda. Não use muito "grude", senão a pandorga não sobe "nem com tempestade". Depois de pronta, "hora" de fazer o "rabo", no meu tempo era feito de "pano". Mas o que se lutava e torcia mesmo, era para que a "bendita," não precisasse de rabo (pandorga caixão). Esse tipo de pandorga era o mais confeccionado por nós lá da caixad'água velha. Um dos "segredos" é a hora de fazer a "chave"  (onde se amarra a linha da pandorga), tem que ser também tudo na medida certa (fig. direita 23,2cm). Depois então chamavamos um amigo, naquele tempo todo mundo era chamado assim, para empinar a pandorga pra gente "subir ela".

Não existia o "cerol".

Quando uma pandorga caía, era porque a linha não tinha aguentado o vento ou ,acabava o vento, e não dava tempo de encolher a linha. Aí sim, saíamos "desembestados" correndo pelas ruas e quintais atrás dela. Ela ia cair "bem looonge" se a gente "soltasse"  2 carretéis nela.

VAMOS JOGAR "BOLITAS"?


A “bolita” para nós cuiabanos é a “bola de gude”. Um dos jogos praticados na “infância” durante as férias longas... (final de dezembro, janeiro e fevereiro) as aulas só reiniciavam em março.





“O Jogo do Buque”: Consistia em fazer três buracos de tamanhos diferentes no chão,depois
 arredondava - os com o calcanharo maior era o panelão. Para iniciar o jogo, cada jogador lançava 
sua bolita na tentativa de acertar o buraco menor, ou ficar o mais próximo possível dele.
Quem conseguisse tal proeza iniciava o jogo.
Cada jogador teria que percorrer todos os buracos “buques”  ida e volta e só depois disso é que podia “matar”as “bolitas” dos adversários. Cada bolita “matada” passava a pertencer ao “matador”.
O Jogo de buque terminava quando o “vencedor” matasse as bolitas dos oponentes.


“Ficar estucado” - No jogo de “bolitas” tinha aquele que não era muito "craque" e acabava
perdendo todas as suas bolitas nas “apostas” dos jogos, então se dizia: Ele ficou “estucado”.