sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

E "SOLTAR" PANDORGAS?

E "SOLTAR" PANDORGAS?

As "pandorgas" são artifícios que levam as nossas imaginações e sonhos para o alto, bem lá pertinho das nuvens. Já fiquei horas, divagando com a linha da pandorga na mão, e ela lá no alto quase sumindo no meio das nuvens. Quem já passou por isso sabe o quanto é prazeroso, você não pensa em "nada deste mundo", apenas sonha, talvez como os passarinhos, que voam alto.Quando o vento "estava" acabando eu retornava para as coisas aqui da terra, como: não deixar aquela pandorga cair. Para chamar o vento a gente emitia um assovio forte e looongo. Depois que a pandorga estava bem no alto tentava - se  empinar a mesma até ficar em cima da cabeça (o vento trazia a pandorga em nossa direção, lá no alto e a linha ficava quase que vertical, em cima de nossa cabeça).

Se quiser fazer uma boa pandorga é necessário: "taquara" (bambu, taboca) de gomo longo, prá na hora do feitío o nó da taquara não ficar pesando, ficando "pença" (quando não voa direito, fica encabeçando pra um dos lados); a linha deve ser nº 16 ou 24, que aguentam bem os ventos fortes, nada  de "linha de tubo" de costurar, pois é nº 50, e não aguenta o tranco; papel de seda de sua cor favorita (várias cores se preferir), o "grude", para colar, pode ser feito com: maizena (fica fraco), trigo (tem que acertar o ponto do cozimento da mistura com água) ou araruta (essa farinha dá grude bom).




Afinar bem as "varas" (taquaras) pra não ficar muito pesadas. Fazer a "armação" da pandorga medindo meticulosamente os lados, depois disso é só "encapar" a "armação" com o papel de seda. Não use muito "grude", senão a pandorga não sobe "nem com tempestade". Depois de pronta, "hora" de fazer o "rabo", no meu tempo era feito de "pano". Mas o que se lutava e torcia mesmo, era para que a "bendita," não precisasse de rabo (pandorga caixão). Esse tipo de pandorga era o mais confeccionado por nós lá da caixad'água velha. Um dos "segredos" é a hora de fazer a "chave"  (onde se amarra a linha da pandorga), tem que ser também tudo na medida certa (fig. direita 23,2cm). Depois então chamavamos um amigo, naquele tempo todo mundo era chamado assim, para empinar a pandorga pra gente "subir ela".

Não existia o "cerol".

Quando uma pandorga caía, era porque a linha não tinha aguentado o vento ou ,acabava o vento, e não dava tempo de encolher a linha. Aí sim, saíamos "desembestados" correndo pelas ruas e quintais atrás dela. Ela ia cair "bem looonge" se a gente "soltasse"  2 carretéis nela.

VAMOS JOGAR "BOLITAS"?


A “bolita” para nós cuiabanos é a “bola de gude”. Um dos jogos praticados na “infância” durante as férias longas... (final de dezembro, janeiro e fevereiro) as aulas só reiniciavam em março.





“O Jogo do Buque”: Consistia em fazer três buracos de tamanhos diferentes no chão,depois
 arredondava - os com o calcanharo maior era o panelão. Para iniciar o jogo, cada jogador lançava 
sua bolita na tentativa de acertar o buraco menor, ou ficar o mais próximo possível dele.
Quem conseguisse tal proeza iniciava o jogo.
Cada jogador teria que percorrer todos os buracos “buques”  ida e volta e só depois disso é que podia “matar”as “bolitas” dos adversários. Cada bolita “matada” passava a pertencer ao “matador”.
O Jogo de buque terminava quando o “vencedor” matasse as bolitas dos oponentes.


“Ficar estucado” - No jogo de “bolitas” tinha aquele que não era muito "craque" e acabava
perdendo todas as suas bolitas nas “apostas” dos jogos, então se dizia: Ele ficou “estucado”.