Quem sou eu




    " Nasci aqui em Cuiabá, nossa cidade verde, no bairro Caixa D’água Velha (foto) próximo ao Colégio Coração de Jesus. Fiz meu primário em escolas públicas, passei pelo “exame de admissão” e ingressei no São Gonçalo, o famoso “Colégio dos Padres”. Fui interno, como estudante, pois tinham os aprendizes que estavam lá para estudar e aprender um ofício (alfaiate, marceneiro, sapateiro e tipógrafo). Terminei o 1º ano do segundo grau lá, e fui concluir meu segundo grau em Curitiba, PR. Terminei me formando em biologia matéria que leciono desde o tempo do Colégio Eurico Gaspar Dutra, o “Ginásio Brasil". 

    Naquele tempo, na “caixa d’água velha” eu batia bola no morro, fabricava meus próprios “carrinhos de pau” ,“ pandorgas”, “fundas”e dançava nas “brincadeiras” a noite inteira.
Naquele tempo, quase não havia prédios e o meu pai , Seo Lezino da Costa Leite, fazia os melhores presépios de Cuiabá que eram instalados lá no mundéu, na casa de “Seo Zé Brasil”.

     Agora, depois de quatro décadas, Cuiabá é uma grande cidade, cheia de migrantes e de cuiabanos novos. As nossas ruas mudaram de nome. Tenho saudades do meu endereço: “Rua da Caixa D’água Velha nº 37”  do “Beco do Urubu”, da “Rua da Fé”, da “Travessa da Justiça” e do “Campo D’ourique”. É outra Cuiabá, com mais progresso e com menos mistérios:                                                                                                                                                      

- Onde andará a alavanca de ouro? E o pé de garrafa? São apenas sombras na memória de alguns. Mas não são apenas nossas lendas, ruas e monumentos que estão se perdendo na imensidão do tempo. Perde - se também, dia - a - dia, nosso falar típico e único.

      A realidade infame da globalização imprime, na nossa gente, outros costumes, outras palavras, outros valores.

      Felizmente, resgato com o dicionário do “Cuiabanês - Pro cê num ficá vindido” - a nossa fala rica e variada , para que as gerações futuras possam entender , através deste “dialeto”quase morto, a vasta e rica cultura que construímos com sangue índio,português negro e espanhol . Construímos um falar próprio, meio cantado, e encantado como nosso jeito de viver.


     "Enquanto houver a cuiabania, nossa cultura será eterna, e este é o nosso maior desígnio: mostrar a delícia de sermos cuiabanos mesmo".






Nenhum comentário:

Postar um comentário